A docência na contemporaneidade

Autores

  • Alvino Moraes de Amorim

Resumo

O presente artigo compõe-se a partir dos estudos sobre Bernard Charlot, Maurice Tardif, Marcelo Garcia e Bernadete Gatti.O objetivo foi realizar uma reflexão do professor como um profissional da contradição social, econômico e cultural na sala de aula, que reinventa suas práticas pedagógicas na relação teoria e prática, pois a teoria é sempre discrepante da prática. A docência como ação de ensinar é complexa, o professor entende a educação como uma possibilidade de formar um ser humano melhor. Não há educação sem normas, exigências e autoridade. Precisamos de constantes atualizações cientí­ficas e pedagógicas para superarmos a visão técnica presente nos projetos pedagógicos, planos de ensino e avaliações. Os desencontros são de todos: alunos querem aulas mais atrativas e professores não encontram feedbacks dos alunos. Constata-se a necessidade de criar espaços nos ambientes escolares para a prática da reflexão sobre a docência. Nesse contexto, o professor é um agente de inovação, mas também de resistência, pois torna-se um agente de pensamento. A prática docente é, portanto, um espaço de formação e produção de saberes. Utilizamos a metodologia de revisão bibliográfica de pensadores que refletem sobre a temática e a experiência de sala de aula do autor.  Perguntamos então, por que alguns alunos avançam e são bem sucedidos e outros não? Poderí­amos dizer que a culpa é do professor, mas temos também a questão da origem social, e isto é complexo porque alunos de classe média também fracassam na escola, enquanto outros do meio popular se destacam nos estudos. Ancorando em mais de 15 anos de docência, ousamos ensaiar algumas considerações para não tergiversar. Parece-nos que é evidente como fator determinante para o sucesso ou o fracasso, o lugar em que a escola ocupa na cabeça do aluno. Faz-se urgente uma reforma das diretrizes curriculares das licenciaturas e das instituições formadoras compreenderem que forma-se um profissional e não cursos fragmentados em disciplinas, mas que tenha um eixo comum, por exemplo, a formação do professor e a escola. Palavras-chave: formação, professor, educação.

Referências

CHARLOT, B. O professor na sociedade contemporânea: um trabalhador da contradição. Revista da FAEEBA: Educação e contemporaneidade, Salvador, v.17, n.30, p.17-31, 2008.

CONTRERAS, D. J A autonomia de professores. São Paulo: Cortez, 2002. 328p.

FAZENDA, I. C. A. (Org).Didática e interdisciplinaridade. Campinas: Papirus, 1998. 195p.

GATTI Bernadete. Formação de professores no Brasil: caracterí­sticas e problemas. Edu.socl [online]. 2010, vol.31, n.113, PP.1355-1379. Out.-dez. 2010. Disponí­vel em WWW.cedes.unicamp.br acesso em 15 de agosto de 2016.

GATTI, B. A.; BARRETO, E. S. S. Professores do Brasil: impasses e desafios. Brasí­lia: UNESCO, 2009. 294p.

GIROUX, H. A. Os Professores como intelectuais transformadores: rumo a uma nova pedagogia crí­tica da aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. 270p.

IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Professores da educação básica no Brasil:condições de vida, inserção no mercado de trabalho e remuneração. Brasí­lia: Rio de Janeiro: IPEA, 2017. 44p.

JESUS, F. P.; SONNEVILLE, J. J. O paradigma da complexidade na formação docente contemporânea. Revista da FAEEBA: Educação e contemporaneidade, Salvador, v.17, n.30 p.59-72, 2008.

GARCIA, Carlos Marcelo. O professor iniciante, a prática pedagógica e o sentido da experiência. Revista Brasileira de pesquisa sobre formação de Professor. Form. Doc., Belo Horizonte, v. 02, n. 03, p. 11-49, ago./dez. 2010. Disponí­vel em http://formacaodocente.autenticaeditora.com.br.

GARCIA, Carlos Marcelo. A formação de professores: novas perspectivas baseadas na investigação sobre o pensamento do professor. IN: NOVOA, Antonio. Os professores e sua formação. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1995.

PERRENOUD, P. Ensinar: agir na urgência, decidir na incerteza. 2. ed. Porto Alegre: ArtMed, 2008, 208p.

TARDIF, M.; RAYMOND, D. Saberes, tempo e aprendizagem do trabalho no magistério. Educação & Sociedade, Campinas, n.73, p.115-166, 2000.

TARDIF, M. Saberes docentes e formação profissional. 17.ed. Petrópolis: Vozes, 2014, 325p.

TEIXEIRA, G. F. Tornar-se professor: a formação desenvolvida nos cursos de Física, Matemática e Quí­mica da Universidade Federal de Uberlândia. Tese (Doutorado em Ciências Humanas) - Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2007. 229p.

Downloads

Publicado

2017-12-09

Edição

Seção

CIÊNCIAS HUMANAS