Utilização de diferentes alimentos na primeira alimentação de pós-larvas de tambaqui Colossoma macropomum (CUVIER, 1818)
Resumo
A crescente produção nacional e a necessidade de maior disponibilidade de juvenis tornam a larvicultura um desafio para pesquisadores e produtores que vem tentando aumentar a produção de animais saudáveis para a subsequente fase do ciclo de produção. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o comprimento total, peso final, resistência ao estresse e sobrevivência de pós-larvas de tambaqui (Colossoma macropomum) submetidas a diferentes alimentos iniciais. Foram utilizadas nove caixas plásticas de 250 L de água com aproximadamente 2500 pós-larvas cada, por um período de 15 dias. Na alimentação das pós-larvas, foram testados três tratamentos com três repetições, em um delineamento em blocos casualizados. Os tratamentos foram: T1 = náuplios de artêmia; T2 = plâncton; T3 = leite em pó + gema de ovo. Para o teste de sobrevivência utilizou-se incubadoras de 2 L com aeração contínua e 30 pós-larvas cada, foram feitos testes de resistência ao estresse e análise de desempenho. Verificou-se que o comprimento total e resistência ao estresse das pós-larvas alimentadas com T1, apresentaram (P<0,05) um melhor crescimento e melhor resistência comparadas com as larvas alimentadas com T2 e T3. Ao final de quinze dias de experimento, as pós-larvas alimentadas com T1 apresentaram valores maiores (P<0,05) para sobrevivência (61,67%). Observou-se também, que as pós-larvas de tambaqui alimentadas com T1 apresentaram 100% de resistência ao estresse, sendo significativamente maior (P<0,05) que as pós-larvas alimentadas com T2 e T3. Diante dos resultados obtidos, pode-se concluir que a melhor alimentação para pós-larvas de tambaqui com até 20 dias de idade são naúplios de artêmia. Palavras-Chave: Alimentação exógena, larvicultura, peixe.Referências
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